quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

TODA NUDEZ SERÁ CASTIGADA: A SÍNDROME DA FIGUEIRA SEM FRUTOS!



Um dos filmes mais badalados da década de 70 foi o “Toda Nudez Será Castigada”. Um filme digno das culpas criadas pela religião dos fariseus cristãos.

Isto porque, contrariamente ao tema do filme, o Evangelho ensina que é melhor andar nu diante de Deus do que tecer para si mesmo as vestimentas da falsa moral e das virtudes auto-jactantes.

O espírito do Evangelho ensina que Jesus ama a verdade de cada estação da vida humana! Foi por isso que Ele amaldiçoou a figueira que, de modo anômalo, tentava dar aparência de fruto três meses antes da estação própria. Todas as demais figueiras de Israel estavam peladas de folhas. Isto porque a figueira é uma árvore que primeiro apresenta os frutos, e só depois a folhagem. A oferta de folhagem era a promessa da certeza de haver fruto. Mas não havia, era só camuflagem! Foi também por essa razão que nenhuma figueira nua de folhas foi amaldiçoada no monte das Oliveiras; mas tão somente aquela representante vegetal do espírito da religião.

Sim, aquela figueira carrega o valor simbólico de algo primordial: a tentativa humana de se cobrir com folhas de figueiras (desde o Éden), ao invés de se deixar cobrir pelo próprio Deus, e, assim, viver em verdade.

Somente Deus pode vestir o homem aos Seus próprios olhos! De fato, as folhagens da figueira expressavam a realidade espiritual de Israel: cheio de religião; cultuando mais o Templo que no Templo; amando mais a Lei que o Criador; crendo mais nas mecânicas rituais do que na Graça de Deus.

Por isso, mesmo sem qualquer “fruto digno de arrependimento” a oferecer a Deus e aos homens. No grego arrependimento é metanóia; ou mudança de mente. A lição da figueira é forte porque por meio de tal ato Jesus deixa dito que Deus respeita todas as estações da vida, mesmo quando aparentemente não há fruto. Fruto nenhum na estação que não é de fruto, é verdade. Deus ama a verdade! A ausência de fruto numa árvore que não está na estação da frutificação, não é uma anômalia; e, nem tampouco é uma declaração de infrutuosidade. Ao contrário: não dar fruto na estação que não é de fruto é o anuncio de que o fruto está em gestação.

Nesse caso, não há fruto aparente, embora a árvore já o tenha, posto que está grávida dele. Assim, mesmo quando não há fruto visível, ainda assim sempre há fruto, pois o fruto pré-existe à sua manifestação visível. Todavia, quando se tenta dar aparência de frutuosidade, não havendo verdade — pois o fruto do ser é verdade e amor —, a própria tentativa de produzir o que não é verdade, já é em-si a maldição. Tal ser seca como aquela figueira secou! A verdade é verdade quando é estação de fruto e também quando não é estação de fruto; posto que a verdade é o que é. E Deus ama a todo aquele que não teme ser verdadeiro para com Ele.

Caio

Extraído do site: www.caiofabio.com

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Sobre sal e discípulos


“Vocês são o sal da terra. Ora, se o sal perde o gosto, com que poderemos salgá-lo? Não serve para mais nada; serve só para ser jogado fora e ser pisado pelos homens”
(Mateus cap. 5:13)
O sal é um dos condimentos mais utilizado em todo o mundo. O seu valor, para a alimentação do homem, é imensurável. Por mais sofisticado e belo que seja um prato, se não tiver sal torna-se insulso e incomestível. Em uma de suas mensagens, Jesus disse aos seus discípulos que eles eram o “sal da terra”. Ele comparou a missão dos seus discípulos ao propósito dos sal. Os discípulos de Cristo devem influenciar o meio em que estão inseridos. Precisam fazer diferença onde quer que estejam. Na vida do discípulo de Jesus flui a poderosa Graça do Evangelho, proveniente da presença do Espírito Santo em sua vida. Somente essa Graça pode dar um novo sabor à vida das pessoas com as quais nos relacionamos todos os dias. A Graça de Deus é revelada ao mundo através das atitudes daqueles que seguem a Cristo. O Evangelho (boa noticia) só é evangelho quando é vivido de modo pratico. Discursos vazios de pratica não conseguem transformar as vidas das pessoas.
Outro aspecto dessa missão “salgadora” e salvadora é a necessidade do contato humano. O sal só salga fora do saleiro. O discípulo de Jesus só consegue dar sabor ao mundo quando está nele. Não há como demonstrar a graça de Deus vivendo em um mundo paralelo. Em sua oração sacerdotal, Jesus pediu ao Pai que não tirasse os discípulos do mundo, mas que os livrasse da malignidade (João 17:15). Não consigo entender como muitos cristãos insistem em viverem reclusos aos relacionamentos intra-igreja. Vivem como se fossem verdadeiros alienígenas religiosos. Só conseguimos cumprir a nossa missão de “sal-discípulos” nos relacionamentos extra-igreja. É no mundo que vivemos o Evangelho de Cristo e cumprimos o propósito que Deus estabeleceu para os Seus. É impossível o discípulo de Jesus fazer alguma diferença no mundo se ele (o discípulo) estiver restrito ao claustro dos mosteiros existenciais e relacionais da igreja. O que se vê, hoje em dia, é que as igrejas se tornaram enormes saleiros, aonde o sal vai perdendo o seu sabor aos poucos por causa falta de contato verdadeiro com as pessoas que estão fora. As igrejas se tornaram depósitos de pessoas insulsas e doentes. Sal que não serve para mais nada.
O sal apenas jogado sobre a comida não realça o sabor. Sentimos somente sabor ardente do sal e o insulso da comida e assim o alimento torna-se inconsumível. O discípulo que não se “dissolve”, que não “desaparece” na “comida-contexto” da terra, não consegue mostrar ao mundo a graça de Deus. Torna-se um elemento intragável como são todos os indivíduos religiosos. Não conseguem influenciar as pessoas para Cristo. Muito pelo contrário, afastam as pessoas do Evangelho por causa dos seus rancores religiosos. Comida boa não é comida salgada. Uma sociedade boa não é uma sociedade onde a maioria das pessoas são “evangélicas”; e sim uma sociedade influenciada pelo Evangelho de Cristo em seus valores essenciais. Isso só se tornará realidade, quando os discípulos de Cristo se conscientizarem da integralidade do seu papel de Sal da terra.

Em Cristo, de quem recebemos o nosso sabor a cada dia.
Washington Rodrigues